DOR REAL
Bater o
queixo no chão dói;
Levar um
soco, um tapa, uma mordida doem;
Dói bater a
cabeça na parede, dói ralar o joelho, dói cólica ou dor de cabeça, cárie ou
câncer também doem...
Mas o que
mais dói é a saudade.
Saudade de
uma brincadeira de infância.
Saudade de
uma canção que não toca mais.
Saudade de
um pai que foi embora, ou de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de
uma cidade que visitamos.
Saudade da
gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades
todas...
Mas a
saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade de
um toque, de um abraço, de um carinho.
Saudade da
presença e até da ausência consentida, você podia ficar na sala e eu na
cozinha, mas sabe-se lá.
Você podia
ir para a sua avó e eu para a minha tia, mas sabe-se onde.
Poderíamos
ficar um dia sem nos ver, mas sabe-se amanhã.
Saudade é
basicamente não saber...
...Não saber
se continua com aquela mania de olhar o céu.
Não saber se
ainda gosta daquela música que eu de certa forma odeio.
Não saber se
ainda tem vergonha de sorrir.
Não saber se
você tem comido direito, do jeito que eu lhe cobrava.
Se você
ainda tem um segredo ou novidade pra contar, se você continua sorrindo e
tentando disfarçar a vergonha de mostrar um belo sorriso como o seu, se você
ainda lembrada gente quando vê a lua e as estrelas, se você ainda continua
querendo saber o porquê das coisas, pois tem muitas dúvidas, se de vez em
quando ainda engasga pra falar...
Saudade é
não saber mesmo...
Não saber o
que fazer com os dias que ficam mais compridos, não saber como encontrar
tarefas que lhe cessem os pensamentos, não saber como frear as lágrimas ou
ouvir aquela música que marca o nosso namoro, não saber como vencer a dor
de um silêncio...
Saudade é
não querer saber de onde és mais feliz do que aqui, mas ao mesmo tempo se
preocupar se você está feliz.
Saudade é
ter a confiança de que vai voltar...
Saudade é
tudo aquilo que senti quando eu escrevia essa palavra e o que agora,
provavelmente, está sentindo depois que terminou de ler...
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