sábado, 4 de junho de 2011

Capa > Jornal da Imprensa > Primeiro Caderno Imprima esta notícia Envie esta notícia por email Voltar 0 Publicitários & jornalistas: “Quem inaugurou essa ponte fui eu”, diz Washington Olivetto


A letra W remete ao nome de uma das principais agências de publicidade do mundo, assim como seu nome é referência internacional entre os publicitários. Washington Olivetto, entretanto, diz que poderia ter seguido a carreira de jornalista devido ao gosto que tem pela escrita. Se estivesse no jornalismo, Olivetto definitivamente atuaria com a opinião e não deixaria se levar pela incessante busca por um furo de reportagem.

Recentemente, o brasileiro da WMcCann, que acumula mais de mil premiações em seu portfólio, incluindo diversos leões de Cannes – honraria máxima da publicidade –, foi autor do terceiro volume da coleção “O que a vida me ensinou”, projeto desenvolvido pelos jornalistas Luís Colombini e Walter Falceta Jr. Nesta obra, o publicitário revela como suas experiências de vida, principalmente aquelas de quando era criança, lhe foram de grande utilidade para ser o que é hoje, seja como pai de família ou publicitário.

Como foi produzir esse livro?
Inicialmente, não aceitei fazer o livro por falta de tempo. Eu também não gosto do título dado à coleção “O que a vida me ensinou”, porque a vida segue me ensinando. Mas acabei gostando do “provocador intelectual” (alcunha assumida pelo jornalista Walter Faceta Jr.). Procurei que o texto ficasse coloquial, tive muita facilidade em fazer isso. Segundo meu amigo Juca Kfouri, é fácil me entrevistar porque minha fala já é editada.

Você diz que desde muito pequeno gosta de ler e escrever. Chegou a cogitar a carreira de jornalista?
Eu poderia ter me transformado em um jornalista, mas tinha muita admiração pelo trabalho do meu pai, que era vendedor (de pincéis). Com a publicidade, consegui unir o gosto pela escrita com a possibilidade de vender. Por outro lado, não deixo de escrever livros, artigos para jornais, revistas, e ainda dou meus palpites na música.

No livro, você diz que no passado os jornalistas e publicitários não se bicavam muito. Por que essa relação não era amistosa?
Aquela era uma época em que o mundo estava dividido entre capitalismo versus socialismo, período de ditadura no Brasil. Os jornalistas viam os publicitários como parte do sistema e com certo desprezo intelectual.

E por quais motivos você se define como aquele que “inaugurou a ponte entre publicitários e jornalistas”?
Eu tinha amigos (jornalistas) e eles começaram a prestar atenção no meu trabalho, olhavam que o que eu fazia gerava matéria jornalística. Por outro lado, eu também sabia da importância dessa divulgação.
Pra você, qual é o grande papel do jornalista na sociedade?
Ele (jornalista) é um fiscal da sociedade, tem a função de contar o hoje e o amanhã. E a publicidade é muita grata ao jornalismo porque há veículos de muita credibilidade.

Olivetto diz que na época da ditadura os jornalistas olhavam os publicitários com "desprezo intelectual" (Crédito: Divulgação)
Tem alguma coisa que você detesta ou abomina no jornalismo ou na profissão de jornalista?
Não diria detesto, mas o que eu vejo é essa busca pelo inédito, o chamado furo, que acaba tornando algumas matérias irrelevantes. O que eu também não admito, seja na publicidade ou jornalismo, é o desrespeito à inteligência do público.

O que você mais admira na profissão de jornalista e que não pode realizar enquanto publicitário?
A possibilidade de manifestar a minha opinião.
O que pensa dos anunciantes que pressionam jornais pela não publicação de matérias que possam manchar a imagem de suas empresas?
Eu acho um absurdo, por isso temos a estrutura de RPs. Caso haja alguma injustiça com o que foi noticiado, a imprensa tem que se retratar.
Qualquer um pode ser publicitário ou jornalista, já que não existe a exigência do diploma?
Eu acredito que é preciso algum talento, sorte e muito trabalho, o que não significa que não apoio a vida acadêmica, o estudo, muito pelo contrário.
Você já disse que considera o episódio do seu sequestro* como um tema deletado da sua vida. Acha que a mídia exagerou na cobertura daquele episódio? (Em 2001, Washington permaneceu 53 dias em poder de sequestradores*)
Eu não acompanhei o episódio, nos primeiros dias não falei do assunto com a imprensa para que deixasse de ser pauta.
Washigton Olivetto: a ponte entre os publicitários e os jornalistas (Imagem: divulgação)
  • Bate-pronto, por Washington Olivetto

  • Jornalista predileto: Zuenir Ventura, colunista de O Globo.

  • Jornal mais lido: "Leio todas as manhãs a Folha, Estado e O Globo"

  • Veículo online: The New York Times

  • Caderno predileto: Weekend, do Financial Times

  • Revista: New Yorker e as nacionais

  • O que assiste na TV: "Um pouco de tudo, mas ultimamente tenho mais assistido esporte"

  • Livro-reportagem: Obra inteira do Gay Talese

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